domingo, 10 de outubro de 2010

PRAZER E VOLÚPIA

Prazer e Volúpia

Desliza, suavemente,
o pensamento
sobre a ruiva pelagem de meu corpo
e aquieta a insanidade da complexidade
que invade a minha mente.
Sopra, levemente,
a brisa do prazer em minha face.
Inflama  meus ouvidos com palavras indecentes
e faz vibrar meu ser
ao toque sutil e doce
do teu corpo incandescente.
Aquece meu tremor
com o calor do teu ardor
e me envolve na neblina
do torpor de ser amante.
Sorve, num só gole,
o elixir da felicidade prazerosa
como quem toma da fonte
a poção  viril da água milagrosa.
Toma de mim
o lençol da  minha vergonha
e não deixe enrubescer
as faces da juvenil maturidade.
Cria um refúgio de aconchego
nos fortes braços da masculinidade;
me envolve com carinho
e faz soar meu corpo ao teu desejo.
Me despe,
resvala a minha pele
como a tocar
as cordas do violino
ou as aveludadas pétalas da flor.
Desfolha minha vontade
e cria um furacão em mim.
Me aquece de paixão
e penetra
no meu íntimo mundo,
desbravando os caminhos do pecado.
Deixa a volúpia aflorar o gozo
e a luxúria lambuzar as línguas.
E dança, no ritmo cadenciado,
a dança primitiva de Adão e Eva,
a descobrir no Éden
os diferentes gostos
do sexo e do amor.

                                             

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