terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Ausência

Há tempo não publico neste espaço.
A vida corre rápida demais quando se está envolvido com problemas de saúde.
Quando é nosso: o mundo cai, quando é do outro: ajudamos a segurar o mundo dele que está despencando.
Poderia postar aqui tantas palavras, mas todas elas não traduziriam o dia a dia fatigante de um curador.
Só quem passa, ou passou, por essa experiência pode mensurar o que digo.
Nada se compara à dor física.
A dor da alma dói, mas é superável com o alento de uma palavra amiga.
A dor do corpo, se não passa com as medicações, não passa nunca.
E dói, dói fundo e lancinantemente nas entranhas do doente.
Só se pode olhar e pedir a algo superior que alivie esse sofrimento, seja da maneira que for.
Porém, o caminho segue, mesmo sinuoso e lotado de obstáculos.
E eu o sigo na certeza que o amanhã nunca será pior que o hoje, pois a cada dia se experimenta um pouco do sabor de viver.
Seja como for, com dor ou com prazer.
Com esperança ou com dúvidas.
Com Deus ou sem Ele.
Vai-se em frente, em busca de um novo amanhecer.

MILTON nascimento - nada será como antes